Quem é Sextus Empiricus na Filosofia
Sextus Empiricus foi um filósofo grego que viveu durante o século II d.C. Ele é conhecido por ser um dos principais representantes do ceticismo pirrônico, uma corrente filosófica que questiona a possibilidade de se alcançar o conhecimento absoluto e defende a suspensão do juízo em relação a todas as questões. Neste glossário, vamos explorar a vida e as ideias de Sextus Empiricus, bem como sua contribuição para a filosofia.
Vida e Contexto Histórico
Sextus Empiricus nasceu por volta do ano 160 d.C. em uma cidade chamada Elêia, localizada na região da Magna Grécia, que corresponde à atual Itália. Pouco se sabe sobre sua vida pessoal, mas acredita-se que ele tenha estudado filosofia em Alexandria, no Egito, e que tenha sido influenciado por filósofos como Pirro de Elis e Timão de Fliunte.
Principais Obras
As principais obras de Sextus Empiricus são conhecidas como “Hipotiposes Pirrônicas” e “Esboços Pirrônicos”. Nestes textos, ele apresenta os argumentos e as técnicas utilizadas pelos céticos pirrônicos para suspender o juízo e evitar a dogmatização. Além disso, Sextus também escreveu sobre medicina, matemática e ética, mas grande parte de suas obras foi perdida ao longo dos séculos.
Ceticismo Pirrônico
O ceticismo pirrônico é uma corrente filosófica que se baseia nos ensinamentos de Pirro de Elis, fundador da escola pirrônica. Segundo os céticos pirrônicos, não é possível alcançar o conhecimento absoluto sobre a realidade, uma vez que todas as nossas percepções são subjetivas e limitadas. Dessa forma, eles defendem a suspensão do juízo em relação a todas as questões, evitando assim a dogmatização e a adoção de crenças infundadas.
Argumentos Céticos
Para sustentar sua posição, os céticos pirrônicos utilizam uma série de argumentos. Um dos principais é o argumento dos diferentes costumes, que afirma que as crenças e os valores variam de acordo com a cultura e o contexto histórico, o que indica a falta de uma verdade absoluta. Outro argumento importante é o argumento da regressão ao infinito, que questiona a validade de qualquer afirmação, uma vez que sempre podemos perguntar “por quê?”.
Suspensão do Juízo
A suspensão do juízo é a principal prática dos céticos pirrônicos. Eles acreditam que, ao suspender o juízo em relação a todas as questões, evitamos a dogmatização e a adoção de crenças infundadas. Isso não significa que os céticos pirrônicos não tenham opiniões ou preferências pessoais, mas sim que eles reconhecem a impossibilidade de se alcançar o conhecimento absoluto e, por isso, preferem não tomar partido.
Influência na Filosofia
A filosofia de Sextus Empiricus teve uma grande influência ao longo da história. Seus argumentos céticos foram retomados e desenvolvidos por filósofos posteriores, como Michel de Montaigne e David Hume. Além disso, o ceticismo pirrônico também influenciou outras correntes filosóficas, como o pragmatismo e o existencialismo, que questionam a possibilidade de se alcançar a verdade absoluta.
Críticas ao Ceticismo Pirrônico
O ceticismo pirrônico não é uma corrente filosófica isenta de críticas. Alguns filósofos argumentam que a suspensão do juízo pode levar ao relativismo, uma vez que não há critérios objetivos para distinguir entre crenças verdadeiras e falsas. Além disso, outros questionam a eficácia do ceticismo pirrônico como uma prática de vida, argumentando que a suspensão do juízo pode levar à inação e à falta de comprometimento.
Legado de Sextus Empiricus
O legado de Sextus Empiricus na filosofia é marcado pela defesa da suspensão do juízo e pela crítica à possibilidade de se alcançar o conhecimento absoluto. Sua abordagem cética influenciou diversas correntes filosóficas ao longo da história e continua sendo objeto de estudo e debate nos dias de hoje. Através de suas obras, Sextus nos convida a questionar nossas crenças e a reconhecer a limitação de nossas percepções, abrindo espaço para uma postura mais reflexiva e crítica em relação ao mundo.
