Quem é Lawrence Kohlberg na Filosofia
Lawrence Kohlberg foi um renomado psicólogo e filósofo americano, conhecido principalmente por seu trabalho no campo da moralidade e desenvolvimento moral. Nascido em 1927, em Nova York, Kohlberg dedicou sua vida ao estudo da moralidade e como os indivíduos desenvolvem seu senso de certo e errado ao longo do tempo. Seu trabalho influenciou significativamente a psicologia moral e a filosofia, e suas teorias continuam sendo discutidas e estudadas até os dias de hoje.
Infância e Educação
Kohlberg cresceu em uma família judaica em Nova York e desde cedo mostrou interesse pela filosofia e questões morais. Ele frequentou a Phillips Academy em Andover, Massachusetts, onde se destacou academicamente. Após concluir o ensino médio, Kohlberg ingressou na Universidade de Chicago, onde estudou psicologia e filosofia. Foi durante seus estudos em Chicago que ele começou a se interessar pelo desenvolvimento moral e decidiu dedicar sua carreira a esse campo de estudo.
Teoria do Desenvolvimento Moral
A principal contribuição de Kohlberg para a filosofia e psicologia moral foi sua teoria do desenvolvimento moral. Ele propôs que os indivíduos passam por estágios sequenciais de desenvolvimento moral à medida que amadurecem. Esses estágios são baseados em princípios morais e na capacidade de raciocínio moral. Kohlberg identificou seis estágios de desenvolvimento moral, agrupados em três níveis: pré-convencional, convencional e pós-convencional.
Estágios Pré-convencionais
No nível pré-convencional, os indivíduos estão focados em suas próprias necessidades e interesses pessoais. Eles seguem as regras apenas para evitar punições ou obter recompensas. Os estágios pré-convencionais são divididos em dois subestágios: obediência e punição orientada e individualismo instrumental.
No primeiro subestágio, obediência e punição orientada, as pessoas seguem as regras para evitar punições. Elas veem as regras como absolutas e não questionam sua validade. No segundo subestágio, individualismo instrumental, as pessoas começam a reconhecer que existem diferentes pontos de vista e que podem agir de acordo com seus próprios interesses, desde que não prejudiquem os outros.
Estágios Convencionais
No nível convencional, os indivíduos começam a internalizar as regras e normas sociais. Eles se preocupam em agradar aos outros e em manter a ordem social. Os estágios convencionais são divididos em dois subestágios: conformidade interpessoal e autoridade e manutenção da ordem social.
No primeiro subestágio, conformidade interpessoal, as pessoas buscam a aprovação dos outros e seguem as regras para serem vistas como boas e evitar conflitos. No segundo subestágio, autoridade e manutenção da ordem social, as pessoas valorizam a autoridade e a ordem social, seguindo as regras para manter a estabilidade e a harmonia na sociedade.
Estágios Pós-convencionais
No nível pós-convencional, os indivíduos desenvolvem um senso de moralidade autônoma e começam a questionar as regras e normas sociais. Eles baseiam suas ações em princípios éticos universais e em seu próprio senso de justiça. Os estágios pós-convencionais são divididos em dois subestágios: contrato social e princípios éticos universais.
No primeiro subestágio, contrato social, as pessoas reconhecem que as regras são acordos sociais e podem ser modificadas se não forem justas. Elas valorizam a democracia e os direitos individuais. No segundo subestágio, princípios éticos universais, as pessoas seguem princípios morais universais, mesmo que entrem em conflito com as leis e normas sociais.
Críticas e Legado
A teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg recebeu críticas ao longo dos anos. Alguns argumentam que ela é muito focada em princípios abstratos e não leva em consideração a influência do contexto social e cultural no desenvolvimento moral. Além disso, a teoria foi criticada por ser baseada principalmente em estudos com homens ocidentais, o que limita sua aplicabilidade a outras culturas e grupos.
No entanto, o trabalho de Kohlberg continua sendo uma referência importante no campo da psicologia moral e influenciou muitos outros pesquisadores. Sua teoria forneceu uma estrutura para entender como os indivíduos desenvolvem seu senso de moralidade e como isso afeta seu comportamento. Seu legado pode ser visto em estudos posteriores sobre desenvolvimento moral e em abordagens educacionais que buscam promover a formação de indivíduos éticos e responsáveis.
