Quem é Anscombe, G.E.M. na Filosofia

G.E.M. Anscombe, cujo nome completo é Gertrude Elizabeth Margaret Anscombe, foi uma filósofa britânica do século XX. Nascida em 1919, em Limerick, na Irlanda, ela se tornou uma das principais figuras do movimento filosófico conhecido como filosofia analítica. Anscombe é conhecida por suas contribuições em diversas áreas da filosofia, incluindo ética, filosofia da mente, filosofia da ação e filosofia da linguagem.

Formação e Influências

Anscombe estudou filosofia na Universidade de Oxford, onde foi aluna do renomado filósofo Ludwig Wittgenstein. A influência de Wittgenstein em seu pensamento é evidente em muitos de seus escritos, especialmente em sua abordagem linguística à filosofia. Além de Wittgenstein, Anscombe também foi influenciada por outros filósofos importantes, como Aristóteles e Santo Tomás de Aquino.

Contribuições para a Ética

Uma das principais contribuições de Anscombe para a ética foi sua defesa do conceito de “intenção” como um elemento fundamental na avaliação moral das ações humanas. Ela argumentou que a intenção por trás de uma ação é crucial para determinar sua moralidade, e que ações realizadas com boas intenções podem ser consideradas moralmente corretas, mesmo que tenham consequências negativas. Essa visão contrasta com a abordagem consequencialista da ética, que se concentra nas consequências das ações.

Teoria da Ação

Anscombe também fez importantes contribuições para a filosofia da ação. Ela argumentou que a ação humana é caracterizada por uma combinação de intenção e execução. Segundo Anscombe, a intenção é o que motiva uma pessoa a agir de determinada maneira, enquanto a execução é a realização física da ação. Ela defendeu que a intenção é uma parte essencial da ação humana e que a compreensão da intenção é fundamental para entender o significado e a moralidade das ações.

Crítica ao Utilitarismo

Anscombe também foi uma crítica ferrenha do utilitarismo, uma teoria ética que defende que a moralidade de uma ação deve ser avaliada com base em suas consequências. Ela argumentou que o utilitarismo falha em levar em consideração a importância da intenção e da virtude moral na avaliação das ações. Anscombe acreditava que o utilitarismo reduzia a moralidade a um cálculo de prazer e dor, ignorando a complexidade e a riqueza da experiência humana.

Contribuições para a Filosofia da Linguagem

Anscombe também fez importantes contribuições para a filosofia da linguagem. Ela argumentou que a compreensão do significado das palavras e das frases depende do contexto em que são usadas. Ela criticou a abordagem atomista da linguagem, que considera as palavras como unidades independentes de significado, e defendeu que o significado das palavras está intrinsecamente ligado ao contexto em que são usadas.

Visão Religiosa

Anscombe era uma católica devota e sua visão religiosa influenciou profundamente seu pensamento filosófico. Ela defendeu a importância da religião na vida humana e argumentou que a moralidade e a ética têm suas bases em princípios religiosos. Anscombe também foi uma defensora do ensino religioso nas escolas e argumentou que a educação religiosa é essencial para o desenvolvimento moral e ético dos indivíduos.

Reconhecimento e Legado

O trabalho de Anscombe foi amplamente reconhecido e ela recebeu vários prêmios e honrarias ao longo de sua carreira. Ela foi eleita membro da Academia Britânica em 1974 e recebeu o título de Dama Comandante da Ordem do Império Britânico em 1985. O legado de Anscombe na filosofia continua vivo até hoje, e suas ideias e contribuições continuam a influenciar os debates filosóficos contemporâneos.

Conclusão

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